1.30.2012

A "bomba" escondida na ilha de La Palma


Há muito que se fala. Em surdina porque o tema é tabu. É um pouco como a avestruz que, perante a ameaça prefere esconder a cabeça na areia.
Na realidade, o mundo convive com vários perigos da natureza que mais tarde ou mais cedo serão letais para o homem. Para o que o estuda e enfrenta e para aquele que faz de conta que não representa perigo e igualmente para quem esconde a cabeça na areia.
Refiro-me ao vulcão da ilha de La Palma, em Canárias, que um dia será uma ameaça poderosa causadora de um mega-tsunami que irá gerar ondas gigantescas que chegarão a África, à Europa continental e ilhas britânicas, às Caraíbas, e à América.

Como já alguém escreveu, todos os elementos que se poderia querer para um filme ficcionado de desastre estão ali: uma linda ilha vulcânica no Atlântico, à beira de um colapso catastrófico, ameaçando propagar ondas gigantescas que vão avançar pelo globo em questão de horas.
E, enquanto os cientistas tentam em vão tornar audível os seus alertas, os governos olham para o outro lado.
Segundo Bill McGuire, director do Centro de Pesquisa de Riscos Benfield Grieg, da University College of London, um grande bloco de terra, aproximadamente do tamanho da Ilha de Man, no Reiono Unido, com 572 km², está na iminência de se desprender de La Palma. O rastilho será a erupção do vulcão Cumbre Vieja.
Quando tal acontecer, irá gerar mega-tsunamis, com ondas a viajar a 900 km/hora. As imensas paredes de água vão atravessar os mares e atingir ilhas e continentes, deixando um rastro de destruição.
Modelos feitos em computador do colapso da ilha de La Palma mostram as primeiras regiões a serem afectadas por ondas até 100 metros de altura.
Começa pelas ilhas vizinhas do arquipélago espanhol de Canárias.
Em poucas horas atinge a costa ocidental de África, que será golpeada por ondas similares.
Entre 9 e 12 horas depois do colapso em La Palma, ondas de 20 a 50 metros vão cruzar 6.500 km de oceano e atingir as ilhas das Caraíbas e a costa leste dos Estados Unidos da América e do Canadá. Ao chegar a portos e estuários, a água será canalizada para o interior.
Até 19 horas depois da erupção, ondas de 4 a 18 metros vão atingir as costas Norte e Nordeste do Brasil – do Pará à Paraíba.
A ilha de Fernando de Noronha será um dos locais no qual o mega-tsunami chegará com mais força no Atlântico Sul.

A Europa também será duramente atingida.
O litoral sul de Portugal, de Espanha e o Oeste da Grã-Bretanha vão experimentar ondas de até 10 metros, quatro ou cinco horas depois do evento geológico nas ilhas Canárias.
Portos serão destruídos.
Convém esclarecer que desastres naturais como estes são raros. Ocorrem a cada 10 mil anos. Mas La Palma pode entrar em colapso muito antes. Diria, a qualquer momento.
“O que sabemos é que está em processo de acontecer”, garante McGuire.

A ilha chamou a atenção dos cientistas em 1949, quando o seu vulcão, o Cumbre Vieja, entrou em erupção, causando um desabamento de parte do seu flanco Oeste, que afundou quatro metros oceano abaixo. Especialistas acreditam que placas de terreno continuam escorregando lentamente para o mar e dizem que uma próxima erupção deve fazer toda a lateral ocidental da montanha desabar.
“Quando acontecer, não vai levar mais do que 90 segundos”, disse McGuire.

Apesar da potencial escala de ameaça, pouco tem sido feito para monitorizar a actividade geológica da ilha de La Palma.
Alguns sismógrafos foram instalados na precária encosta oeste da ilha.
Além disso, os equipamentos não dão informações suficientes para estimar quando uma nova erupção deverá ocorrer.
“A situação é realmente preocupante. Podemos não estar percebendo o necessário em relação ao vulcão Cumbre Vieja”, alerta Bill McGuire, director do Centro de Pesquisa de Riscos da University College of London.
Cientistas, como o britânico, defendem um esforço internacional no sentido de instalar sensores mais sofisticados e em maior número na ilha, assim como satélites com posicionamento global que possam detectar a velocidade, por menor que seja, com que a massa de terra continua a deslizar para o mar.
Segundo McGuire, sistemas como este não são tão caros para os governos: custam menos de 1 milhão de dólares. “Os EUA devem ter cuidado com a ameaça do La Palma. As nações das Caraíbas também não suportarão tamanha destruição. Mas não se leva o assunto a sério. Os governos mudam e ninguém se interessa”, critica o geólogo britânico.

No entanto, mesmo que equipamentos de monitorização sejam instalados, nada pode ser feito para prevenir o desastre natural. Poucas medidas adiantariam em caso de colapso da ilha.
Barreiras não protegeriam dos mega-tsunamis.
Por outro lado, tentar uma maneira racional de quebrar La Palma antes que a natureza o faça é tão perigoso ou demorado quanto deixar as coisas seguirem seu rumo.
Novos sismógrafos poderiam avisar sobre uma erupção até duas semanas de antecedência. Mas ninguém pode afirmar em que momento o vulcão vai desabar ou se esta explosão acontecerá nos próximos séculos. Ordenar retiradas em massa da população traria um imenso impacto financeiro, que só iria piorar a situação dos países, se o alarme fosse falso.
Mas o evento promete ser extraordinário. Só nos litorais das Canárias, da América do Norte e da África (os locais onde as ondas teriam poder mais letal) calcula-se que 100 milhões de pessoas seriam directamente afectadas pelo colapso.

Fonte: Steven N. Ward
Institute of Geophysics and Planetary Physics, University of California, Santa Cruz California, USA
http://www.illuminati-news.com/pdf/La_Palma.pdf

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